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SANTO GRAAL
Aparecida | SP

Basílica Velha completa 130 anos

Reprodução/CDM/Thiago Leon

Dia 24 de junho de 1888. Aparecida (SP) estava em festa. Neste dia, às 10h30 iniciava a solene celebração de inauguração da “Igreja de Monte Carmelo”, popularmente conhecida como Basílica Velha, nos dias atuais. A celebração foi presidida pelo Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, então bispo de São Paulo, e contou com uma multidão e com a presença de autoridades políticas e religiosas da época. O primeiro vigário da Basílica foi o padre Joaquim Pereira Ramos.

“Nós estamos diante de um templo (Basílica Velha) que concretiza todo o catolicismo do povo brasileiro, tanto do ponto de vista técnico e oficial de reconhecimento da Igreja Católica, como do uso concreto desse templo para lugar do grande desenvolvimento da devoção a Nossa Senhora Aparecida. Da imagenzinha pobre e quebrada, que foi pescada no Rio Paraíba do Sul, à Imagem Oficial da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, mãe de Jesus Cristo”, afirmou o missionário redentorista padre Victor Hugo Lapenta, C.Ss.R.

De lá para cá são 130 anos de história e de propagação da devoção a Nossa Senhora Aparecida em todos os cantos do Brasil. Em 28 de novembro de 1893, a Basílica recebeu o título de Episcopal Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, em documento assinado por Dom Lino Deodato Rodrigues, bispo de São Paulo.

De capela para igreja

A primeira capela em honra a Nossa Senhora foi feita no Morro dos Coqueiros, em 1745, e, com o passar dos anos, foi sendo melhorada e ampliada. No começo do século XIX, mostrava-se muito acanhada diante da importância que a devoção a Nossa Senhora Aparecida tinha. Em 1844, com o aumento constante no número de romeiros, que visitavam a pequena capela, a mesa dirigente da capela, após várias consultas, decidiu, em vez de uma nova reforma e ampliação, demolir a antiga capela e construir uma nova igreja, desta vez maior e mais ampla. Assim, em 1845, foram demolidas as partes da estrutura e iniciada a construção da nova igreja, inaugurada 43 anos depois (1888).

Atentado à Imagem de Nossa Senhora

Há 40 anos, em 16 de maio de 1978, um fato triste que causou comoção nacional. Nesse dia, na cidade de Aparecida, atingida por chuva e ventos fortes, houve um blecaute, que apagou toda a Basílica Velha, durante a missa das 20h, no momento da distribuição da Comunhão.

Relatos de publicações da época e diversos livros sobre o assunto contam que o blecaute durou pouco tempo, cerca de dois minutos. Entretanto foi o tempo suficiente para um jovem de 19 anos se dirigir ao altar, pular no nicho, em que estava exposta a Imagem de Nossa Senhora, quebrar o vidro de proteção e apropriar-se da Imagem. Ao retirá-la, a coroa se prendeu, inicialmente, ao vidro estilhaçado, caiu no chão e foi amassada; a cabeça se desprendeu e também caiu, estilhaçando- se em inúmeros pedaços.

Durante a fuga, já fora da Basílica Velha, o jovem, com o corpo da Imagem nas mãos, foi alcançado pelo guarda João Batista. Nesse momento, o jovem deixou o corpo da Imagem cair e saiu em disparada pelas ruas de Aparecida, sendo capturado, a pouco mais de um quilômetro da Basílica, e encaminhado ao sanatório.

Com a Imagem esfacelada, as freiras Efigênia e Êgide, com a ajuda dos fiéis presentes na missa, começaram a juntar os pedaços da Imagem. Ao terminarem, perceberam que a Imagem da santa havia sido destruída em mais de 200 pedaços.

Restauração

Em 2004, a Basílica Velha passou por uma restauração, sendo reinaugurada em fevereiro de 2015. “Um prédio com mais de 100 anos de uso estava bastante deteriorado. Não apresentava nenhum risco de desmoronamento, mas o prédio tinha passado por muitas modificações durante esse período e, visualmente, não tinha mais um aspecto edificante, tanto do ponto de vista artístico, de facilitação de seu uso como de seu desenvolvimento litúrgico e piedoso. Por isso foi necessário o restauro”, disse padre Victor Hugo.

Nova administração pastoral

Desde 15 de dezembro de 2017 a Basílica Velha deixou de ser Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, diocesana, e passou a responder somente ao Santuário Nacional. O motivo principal dessa decisão foi que, com o passar do tempo, a Matriz Basílica perdeu sua característica paroquial e se tornou um grande centro de evangelização e peregrinação, onde, diariamente, milhares de romeiros e devotos visitam o local. Com a nova administração pastoral, aumentou o número de missas e o atendimento às romarias, de modo a acolher melhor o devoto/romeiro que visita a Basílica Velha.