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Aparecida | SP

Juventude Franciscana refletiu tema da mineração em jornada nacional

Ontem, dia 10 de dezembro, em que é comemorado o Dia dos Direitos Humanos, a Juventude Franciscana (JUFRA) encerrou a quarta edição da Jornada Franciscana Nacional pelos Direitos Humanos que congregou todos os grupos ligados ao movimento.

Neste ano, a fraternidade refletiu o tema da ‘Mineração e Direitos’ com o lema ‘Missão, Fraternidade e Vida’. Anualmente, uma Jornada de ações locais, entre os dias 1º e 10 do mês de dezembro, traz à tona a temática da Campanha da Fraternidade do referido ano.

Segundo a Subsecretaria Nacional de Direitos Humanos, Justiça, Paz e Integridade da Criação, o tema pretendia ser uma proposta de discussão sobre a questão do extrativismo no país.

“Não parece, mas o Brasil se transformou no maior país extrativista da América do Sul e um dos maiores do mundo. O ‘extrativismo’ é a apropriação de enormes volumes de recursos naturais, por formas intensivas e que, em sua maior parte, são exportados como matérias primas aos mercados globais. A questão da mineração, do extrativismo atinge os povos indígenas, os quilombolas, as comunidades tradicionais, agricultores, e é a base que permite o consumismo predatório e a concentração dos bens comuns da natureza. Hoje, é o símbolo mais forte de luta que se está travando, por um mundo mais justo e fraterno”, destaca trecho de introdução da cartilha que foi distribuída a todos os grupos ligados à fraternidade.

A partir da cartilha, os grupos puderam refletir sobre quatro temas e tinham como missão elaborar um gesto concreto que tivesse relação com o tema e com a localidade onde estavam inseridos.

Uma cartilha voltada para o público infantil também foi elaborada para informar as crianças sobre a criação e sobre as formas de cuidado com o ambiente.

Segundo Igor Bastos, subsecretário nacional de Direitos Humanos, Justiça, Paz e Integridade da Criação, o evento tinha como principal proposta apresentar aos membros da fraternidade as questões relacionadas com a mineração aproximando o debate nacional das realidades locais:

“Realizamos essa jornada a partir da perspectiva franciscana para compreendermos qual o nosso papel nessa realidade. O tema está relacionado com questões sociais e econômicas, e por isso, foi um desafio, mas também muito bem recebido por todos. O nosso desejo não era fazer uma campanha contra a mineração, mas compreender as implicações do nosso estilo de vida”.

“Como convivemos nessa perspectiva econômica respeitando a natureza? Qual a forma que vamos encarar para viver nessa realidade? Precisamos extrair o necessário, mas sem passar por cima da vida e dos direitos da população”, completa o subsecretário.

Como gesto concreto, a JUFRA pretende contribuir para um levantamento da realidade da mineração no país. A fraternidade atua junto ao Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração, e segundo Bastos, nesse trabalho o comitê enfrenta dificuldade para mapear a mineração no país.

“Queremos mostrar onde está a mineração e onde acontecem esses impactos”, finaliza.