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Aparecida | SP

As cem fontes do vaticano, símbolo da Agua Viva

Um livro de quase 300 páginas com ilustrações e fotografias dedicadas às “Cem fontes (99+1) do Vaticano” foi apresentado nessa semana nos Museus Vaticanos.

É um álbum que conduz ao mundo da beleza. O primeiro volume, chamado “Fontes nos bulevares e no bosque”, é uma obra que em sua abertura foi dedicada a Bento XVI.

Participaram da apresentação como conferencistas o cardeal Giovanni Lajolo, presidente do governo da Cidade do Vaticano, o engenheiro Pier Carlo Cuscianna, encarregado do livro, o arquiteto Paolo Portoghesi, diretor de serviços técnicos, e o arqueólogo Giandomenico Spinola, todos eles relacionados com a restauração das fontes.

“Dizer água quer dizer vida – recordou o cardeal – porque nas Sagradas Escrituras, tanto no Antigo como no Novo Testamento, a água é um símbolo não só da vida, mas também da vida eterna.”

O cardeal citou várias frases da Escritura que usam a água como símbolo, como as palavras de Jesus: “Aquele que beber da água que eu lhe darei nunca mais terá sede”. Ou no livro do Apocalipse: “Quem tem sede, dá-lhe água potável gratuita na fonte da vida”.

Ele explicou que com a nova grande fonte de São José, inaugurada no dia 5 de julho passado, “o número de fontes vaticanas chegou a um símbolo de plenitude: 100”.

A fonte foi doada pelo Patronos das Artes do Museu Vaticano ao Papa Bento XVI, cujo nome de batismo é justamente José.

O livro – afirma o cardeal – “é fruto de uma série de contribuições profissionais que revelam um patrimônio artístico escondido das pessoas da cidade de Roma. Um tesouro de civilização e arte e de famosos autores, como Borromini, Maderno e Vasanzio”.

O arqueólogo Giandomenico Spínola recordou que as águas e fontes simbolizam o prestígio, a beleza, mas também a meditação. Muitas fontes vaticanas surgiram a partir de 1600, após a inauguração do aqueduto que trazia água do lago Bracciano, a 60 quilômetros de Roma.

“Estas fontes, com uma grande variedade de temas e de sujeitos, reproduzem um mundo ideal”. Ele acrescentou que entre os méritos da obra está conseguir inserir as fontes num conjunto arquitetônico.

O engenheiro Pier Carlo Cusciani afirmou que a finalidade de obra é preencher uma lacuna: “Nos livros publicados sobre os jardins vaticanos faltava um estudo sobre este patrimônio; à medida que as fontes são restauradas, documentam-se em livro”. O próximo volume – que seguirá à restauração de outro conjunto de fontes – tardará ao menos três anos.

“Algumas das fontes têm um caráter e importância histórica, monumental e artística, enquanto que outras são mais recentes; há ainda algumas inéditas e pouco visíveis.”

O arquiteto Paolo Portoghesi considera que as fontes são uma tentativa de “sublimar a água além de suas funções vitais”.

“A Roma cristã herdou esta vocação relacionada às fontes”. Ele descreveu os aquedutos como “os vasos sanguíneos da Cidade Eterna”.

A partir deste quinta-feira, acontece uma exposição na Galeria Paolo Antonacci com fotos em grande formato que Francesca Pompei fez para o livro. Também serão exibidas 12 aquarelas inspiradas nas fontes, da pintora Grazia Viva.