Quais foram os milagres de Nossa Senhora Aparecida?
Os milagres de Nossa Senhora Aparecida são conhecidos no mundo todo e fortalecem a fé de milhões de pessoas. Afinal,...
Pela primeira vez, as celebrações da Festa da Padroeira serão realizadas sem a presença dos romeiros / Foto: Arquivo Canção Nova
Fé, gratidão e muito amor à Nossa Senhora. Essas são as características de muitos devotos marianos que costumam visitar o Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo, principalmente no dia de sua festa, nesta segunda-feira, 12 de outubro.
Este ano, devido à pandemia do novo coronavírus, o acesso dos devotos ficou limitado, mas não impediu que muitos fossem à casa da Mãe Aparecida para fazer suas promessas ou agradecimentos. Apesar das restrições, grupos familiares, romarias à pé ou de bicicleta estão permitidas.
Laura Braga Motta Soares dos Santos, de Lorena (SP), fez questão de fazer a romaria a pé para agradecer pela recuperação da saúde de sua filha. Desde os seis meses de vida, sua menina adoecia constantemente, e ela chegava a gastar 300 reais por mês com remédios.
Aos dois anos de vida, descobriram que a filha tinha intolerância à lactose e uma imunodeficiência de imunoglobulina de IGA, que é o anticorpo do sistema respiratório. “Nessa época a médica me disse que era para eu me conformar que minha filha ia viver no hospital, porque o sistema imunológico dela era muito frágil e ficaria doente com muita frequência. Inclusive, ela tinha infecção de repetição muitas vezes”.
Em 2019, a filha ficou muito doente desde o dia 25 de agosto até o dia 12 de outubro. “Ela tinha febres seguidas, passei por vários médicos, ninguém sabia me dizer o que ela tinha. Fez vários exames e não constava nada”.
Família de Laura Braga visitou o Santuário de Aparecida no domingo passado, 5, para agradecer cura da filha / Foto: Arquivo Pessoal
Às vésperas da Festa de Aparecida, Laura, que tentava realizar a romaria a pé, de São José dos Campos a Aparecida, desde o ano de 2016, se preparava para mais uma tentativa. Na semana do dia 12 de outubro, sua filha piorou muito, com febres constantes, dores de barriga e vômitos. Diante disso, a médica deu um prazo, no final de semana, que se ela não melhorasse iria interná-la.
Laura conversou com a médica, e num ato de fé, resolveu fazer a romaria. Ela foi até São José dos Campos e iniciou a peregrinação a pé com seu pai. Durante o trajeto, ligava com frequência para o marido, que dizia que a febre da filha persistia.
Quando chegou em Pindamonhangaba, em um ponto de apoio aos romeiros, Laura estava sentindo-se mal e parou para recuperar as forças. “A enfermeira pediu para eu me sentar numa área de repouso, que iria trazer uma medicação. Meu pai estava ali me acompanhando. Então veio um senhor, que eu não sei quem é, pegou na minha mão e disse que era para eu confiar em Nossa Senhora que as feridas iriam se curar. Para ter fé que tudo ia ficar bem. O homem cumprimentou meu pai e sumiu. Depois não achamos mais ele”.
Ela conta que na hora não levou isso muito a sério, mas tempos depois, quando já estava para sair do local seu marido ligou para avisar que sua filha não estava mais com febre. “E isso se concretizou no dia 12 de outubro, e esse foi o ano em que eu consegui completar a romaria”, afirma.
Laura conta que desde esse dia sua filha não ficou mais doente e até hoje a médica não sabe explicar o que aconteceu.
Mesmo sabendo que a Festa da Padroeira deste ano não será aberta aos romeiros, ela quis realizar a romaria em agradecimento pela graça alcançada e por ter feito a promessa de todo ano cumprir a romaria.
Os romeiros são sempre bem-vindos ao Santuário e, aqueles que visitarem o local nesta segunda-feira, 12, poderão visitar a imagem de Nossa Senhora Aparecida, fazer suas orações no interior da Basílica Nova, entre as 12h e 17h, mas não poderão participar das celebrações.
A Festa da Padroeira 2020 será realizada virtualmente, por isso os devotos são orientados a acompanhar a programação de suas casas. A decisão do Santuário é uma medida para evitar o contágio da Covid-19. A transmissão será pela Rede Aparecida de Comunicação (TV, Rádio e A12) e pelas redes sociais do Santuário Nacional (Facebook @santuariodeaparecidaoficial e YouTube: Santuário Nacional de Aparecida).
As missas serão restritas às pessoas que atuam em instituições ligadas à arquidiocese e ao Santuário Nacional. “Nós optamos por fazer as celebrações das Missas na Basílica velha, para que a Basílica nova fique aberta para a oração e a presença dos romeiros. Eles podem tranquilamente visitar a Basílica”, destacou o porta-voz do Santuário Nacional, padre José Ulysses da Silva.
Esta será a primeira vez que as celebrações da Festa da Padroeira serão realizadas sem a presença dos romeiros.
“Nós temos um cuidado muito especial, nosso, para com nossos peregrinos, e ao mesmo tempo a gente está muito alinhado com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e com as autoridades que, aqui no Brasil, estão procurando cuidar da população. E o nosso desejo é que dentro do Santuário não haja nenhum risco de contaminação, na medida que as pessoas vêm aqui para agradecer as graças recebidas, por intercessão de Maria Santíssima, e não para contrair uma nova doença”, explica padre José Ulysses.
O dia de Nossa Senhora sempre foi de intensas visitas ao Santuário de Aparecida, que chegou a contabilizar um público recorde de 177 mil pessoas na festa da Padroeira em 2017. Este ano, a estimativa é que ao menos 500 mil pessoas acompanhem as transmissões online da Festa de Aparecida.
No dia 12, haverá duas celebrações na Basílica nova. A principal, às 9h, presidida pelo arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes. E às 18h, encerrando as comemorações.
Na Basílica Velha, as missas acontecem às 7h (missa das crianças), e 12h (Ângelus e Missa). E às 15h, a tradicional Consagração Solene será dedicada aos membros da Família dos Devotos.
O porta-voz do Santuário explica que o tema da Novena e da Festa da Padroeira 2020: “Com Maria, em família, revestir-se da Palavra”, foi escolhido no ano passado, mas se ajustou perfeitamente à realidade atual.
“É gratificante ver como as famílias voltaram a se reunir diante de uma televisão para rezar a novena, participar das Santas Missas, não é um assistir, mas realmente um ‘participar’ com muita piedade. Ou seja, a Palavra de Deus está chegando às pessoas”, destacou padre José Ulysses.
O sacerdote afirmou que a Palavra de Deus está “ecoando” dentro das casas, quase que “revestindo” as paredes de cada lar.
“Eu acho que continuamos evangelizando através dos meios de comunicação social, eu acho que a família está se reencontrando e tendo tempo para ser família. E isso é certamente agradável à Nossa Senhora e diante de tudo isso vai se alimentando e realimentando a esperança”.
Padre Ulysses destaca que, em certo sentido, o tema desta festa da padroeira está se realizando mais do que era esperado.