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Aparecida | SP

Lançamento da Campanha da Fraternidade 2012 na arquidiocese de Aparecida

O tema da Campanha da Fraternidade 2012 será Fraternidade e Saúde Pública e o Lema Que a saúde se difunda sobre a terra. A abertura da Campanha na arquidiocese será no dia 1 de fevereiro de 2012, no Colégio Albert Einstein em Guaratinguetá, às 19h.

O objetivo geral da Campanha da Fraternidade de 2012 é “Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção dos enfermos, e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde” (p. 12 do Texto-Base).

Além do objetivo geral, a Campanha da Fraternidade para 2012 apresenta seis objetivos específicos. Estes são: “a) Disseminar o conceito de bem viver e sensibilizar para a prática de hábitos de vida saudável. b) Sensibilizar as pessoas para o serviço aos enfermos, o suprimento de suas necessidades e a integração na comunidade. c) Alertar para a importância da organização da pastoral da Saúde nas comunidades: criar onde não existe, fortalecer onde está incipiente e dinamizá-la onde ela já existe. d) Difundir dados sobre a realidade da saúde no Brasil e seus desafios, como sua estreita relação com os aspectos socioculturais de nossa sociedade. e) Despertar nas comunidades a discussão sobre a realidade da saúde pública, visando à defesa do SUS e à reivindicação do seu justo financiamento. f) Qualificar a comunidade para acompanhar as ações da gestão pública e exigir a aplicação dos recursos públicos com transparência, especialmente na saúde” (cf. p. 12 do Texto-Base da CF).

O texto-base é dividido em três partes e uma conclusão olhando para o futuro. A primeira parte é titulada “Fraternidade e Saúde Pública” e oferece um panorama atual da Saúde no Brasil. A primeira parte do Texto-Base afirma que os temas da saúde e da doença exigem uma abordagem ampla e sugere a proposta apresentada pelo “Guia para a Pastoral da Saúde”, elaborada pela Conferência Episcopal Latino-Americano (CELAM).
O GPS, depois de dizer que a saúde é afirmação da vida e um direito fundamental que os Estados são obrigados a garantir, o referido documento define saúde assim: “Saúde é um processo harmonioso de bem-estar físico, psíquico, social e espiritual, e não apenas a ausência de doença, processo que capacita o ser humano a cumprir a missão que Deus lhe destinou, de acordo com a etapa e a condição de vida em que se encontre” (cf. p. 15 do Texto-Base e Guia para a Pastoral da Saúde na América Latina e no Caribe, CELAM, Centro Universitário São Camilo, São Paulo, 2010, n. 6-7).

A primeira parte do Texto-Base também nos brinda com algumas tabelas e quadros interessantes mostrando: o melhoramento da taxa de mortalidade infantil nos últimos anos, o crescimento da população idosa, percentual de partos cesáreos, dados sobre obesidade, hipertensão arterial que atinge 44,7 milhões de pessoas, estimativas para várias formas de câncer e a evolução da frequência de consumo abusivo de bebida alcoólica etc. (cf. Texto-Base: p. 21, 23, 24, 31, 33, 35 e 43).

A segunda parte é titulada “Que a Saúde se difunda sobre a Terra”. Aborda a doença no Antigo e Novo Testamento. Aborda Jesus curando os doentes. Diz o Evangelho: “Jesus percorria toda a Galileia, ensinando nas sinagogas deles, anunciando a Boa-Nova do Reino e curando toda espécie de doença e enfermidade do povo” (cf. Mt 4,23). O Texto apresenta a parábola do bom samaritano como paradigma de cuidado. Trata também do “horizonte humano e teológico do sofrimento” e os enfermos no seio da Igreja. Há também uma referência à Unção dos Enfermos, o sacramento da cura.

A terceira parte oferece “Indicações para a Ação Transformadora no Mundo da Saúde”. Analisa a atual Pastoral da Saúde da Igreja e o papel dos agentes. Uma área importante encontrada na terceira parte do texto aborda a dignidade de viver e morrer. Trata com clareza de problemas como: eutanásia, distanásia e ortotanásia. Cita o Código de Ética Médica de 17 de setembro de 2009 e o pronunciamento do Santo Padre Bento XVl sobre esses assuntos. Além das propostas de ação da Igreja Católica na área de saúde, essa parte oferece também “Propostas Gerais para SUS”.

A Conclusão mostra como, ao longo dos últimos anos, houve mudança no conceito de saúde: de “caridade” para “direito”, e lamenta que esse direito está sendo “transformado em negócio” num mercado sem coração. Afirma também que, no âmbito da saúde, se faz necessário aprofundar e colocar em prática a chamada “bioética dos 4 Ps”: Promoção da saúde, Prevenção de doenças; Proteção das vulneráveis presas fáceis de manipulação e Precaução frente ao desenvolvimento biotecnológico.

O Texto-Base termina com três anexos importantes: (i) O relevante trecho da Constituição Federal: a saúde como direito de todos e dever do Estado. (ii) O Serviço de preparação e animação da Campanha da Fraternidade. (iii) O Gesto Concreto de fraternidade, partilha e solidariedade feito em âmbito nacional. O Texto-Base termina com uma rica bibliografia.
 

Pe. Dr.Brendan Coleman Mc Donald C.Ss.R. é Missionário Redentorista e Assessor da CNBB – Regional Nordeste 1
Fonte: Jornal Santuário de Aparecida