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Aparecida | SP

Paraíso deve ser a meta, pois morte não é o fim, diz Papa

A morte não tem a última palavra sobre o homem. Por isso, devemos manter o olhar fixo no Paraíso, meta do nosso caminho terreno, onde viveremos juntamente com tantos irmãos e irmãs a alegria da comunhão plena com Deus. Foi o que ressaltou o Papa Bento XVI na Catequese desta quarta-feira, 15, dedicada à Santa Verônica Giuliani.

Nascida em 1660 em Mercatello, Itália, recebeu em seu batismo o nome de Úrsula. Embora o seu pai quisesse que Úrsula se casasse, ela desejou ardentemente desde criança pertencer totalmente a Jesus. “Aos 17 anos, entrou no mosteiro de clausura das Clarissas Capuchinhas de Castello, onde recebeu o nome de Verônica”, recorda o Papa.

Santa Verônica Giuliani teve muitas visões e experiências místicas, escritas por ela no seu diário. Uma apoplexia (afecção cerebral) conduziu-a à morte em 9 de julho de 1727. Foi beatificada pelo Papa Pio VII e canonizada por Gregório XVI, em 1839.

“Verônica Giuliani escreveu muito: cartas, relações bibliográficas e poesias. A fonte principal para construir o pensamento é, no entanto, o seu diário, iniciado em 1693: são 22 mil páginas manuscritas, que abrangem 34 anos de vida em clausura”, lembra o Santo Padre.

Santa Verônica, ressaltou o Pontífice, teve uma espiritualidade marcada pela experiência de ser amada por Cristo, esposo fiel e sincero, pelo desejo de corresponder com um amor sempre mais envolvido e apaixonado.

“Animada por uma ardente caridade, oferecia suas orações e seus sacrifícios pelo Papa, pelo seu bispo, sacerdotes e por todas as pessoas necessitadas, e pelas almas do purgatório. Verônica viveu, de modo profundo, a participação ao amor sofrido por Jesus, e chegou a pedir a Jesus que fosse crucificada com Ele”, destaca Bento XVI.

Os momentos fortes da experiência mística de Verônica, recordou o Santo Padre, não foram jamais separados dos eventos salvíficos celebrados na Liturgia, especialmente a proclamação e escuta da Palavra de Deus. “A Sagrada Escritura, assim, ilumina, purifica, confirma a experiência de Verônica, tornando-a eclesial. Propriamente por sua experiência, ancorada na Sagrada Escritura, com intensidade incomum, guia a uma leitura mais profunda e espiritual do mesmo texto sacro. Ela, de fato, não somente exprime com as palavras da Sagrada Escritura, mas também vive por elas”, enfatizou.

Verônica se revela, particularmente, uma testemunha corajosa da beleza e da força do Amor divino, que a atrai, invade e abrasa. Bento XVI destaca que também com a Virgem Maria, Verônica viveu uma relação de profunda intimidade.

Santa Verônica Giuliani convida a fazer crescer a vida cristã, a união com o Senhor, abandonando-se a Sua vontade com confiança completa e total, bem como, a fazer crescer a união com a Igreja, esposa de Cristo. “[Santa Verônica] nos convida a participar do amor oferecido por Jesus Crucificado pela salvação de todos os pecadores; nos convida ter o olhar fixo no Paraíso, meta de nosso caminho terreno, onde viveremos juntos a tantos irmãos e irmãs a alegria de comunhão plena com Deus; nos convida a nutrir-nos cotidianamente da Palavra de Deus para aquecer nosso coração e orientar nossa vida”, concluiu o Santo Padre.


Saudação aos peregrinos de língua portuguesa

Aos peregrinos de língua portuguesa o Santo Padre direcionou uma saudação especial, desejando que fortes na fé, eles possam estar sempre ao serviço dos irmãos por amor de Deus. “Sobre vós e vossas famílias, invoco abundantes bênçãos do Céu, sendo a maior e o resumo de todas elas Jesus Cristo, Deus feito homem. A sua presença alegre a vossa vida, como sucedeu com a Virgem Mãe, que O concebeu por obra do Espírito Santo! Feliz Natal!”.

Assista à íntegra da Catequese com Bento XVI