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Aparecida | SP

119ª romaria da Arquidiocese de São Paulo reza por doentes e seus cuidadores

Fábio Silva/ A12

Pela primeira vez em 119 anos, a Arquidiocese de São Paulo realizou sua romaria anual a Aparecida sem o comparecimento de seus fiéis.

Neste 4º Domingo da PáscoaDia do Bom Pastor, ficou a cargo do Arcebispo de São Paulo, Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, representar, junto com seus bispos auxiliares, a todo o povo da arquidiocese paulistana nesta que é uma das mais antigas romarias anuais ao Santuário Nacional de Aparecida.

Dom Odilo falou da romaria, que tradicionalmente acontece no primeiro domingo de maio, saudando a todos que acompanham pelos meios de comunicação, incentivando a todos que colocassem suas intenções e angústias nestes tempos de pandemia.

Recordando também o Dia Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais, Dom Odilo saudou ao clero das arquidioceses de São Paulo e Aparecida, destacando, além das vocações, também aos doentes afetados pela Covid-19 e todos os seus cuidadores: médicos, enfermeiros, demais servidores da Saúde e familiares, como intenção especial de oração na celebração das 12h, realizada no Altar Central do Santuário.

“Queremos também colocar em intenção especial pelos pobres, doentes e cuidadores. Que Nossa Senhora, auxílio dos cristãos e saúde dos enfermos, possa interceder por todos”, rezou o Cardeal em sua saudação inicial.

Em nome da administração do Santuário Nacional, o reitor, Pe. Eduardo Catalfo deu as boas vindas à romaria, recordando a história das primeiras romarias a Aparecida e também a pertença inicial do santuário à Arquidiocese paulistana.

Na homilia, o Cardeal ressaltou que a Basílica está fisicamente vazia, mas espiritualmente repleta dos fiéis que acompanhavam a celebração pelos meios de comunicação. “Nesses momentos mais difíceis, precisamos da certeza que a Mãe olha pra nós e nos acompanha”, salientou.

Falando do Evangelho do Dia (João 10, 1-10), Dom Odilo disse que Jesus nos é apresentado como pastor de nossas almas, aquele que cuida de nossas vidas, que dá a vida pela vida de suas ovelhas. “Na cruz, Jesus é o pastor que entregou sua vida por nós, para que tivéssemos vida em plenitude. Jesus ressuscitado nos quer dar a vida em plenitude na gloria do céu”, apontou.

Em seguida, destacou os mesmos aspectos também citados na homilia de hoje do Papa Francisco:

“Não demos ouvidos a falsos pastores, a vozes estranhas, não interessadas no bem das ovelhas, mas em seu próprio proveito. Jesus pede que permaneçamos unidos a Ele e ouçamos Sua voz”.

Dia Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais – Dom Odilo também ressaltou que, hoje, somos convidados a rezar por aqueles que recebem o encargo do chamado a ser pastores e cuidar das ovelhas, como Jesus mesmo faria: 

“Precisamos de um serviço vocacional organizado, para seu encaminhamento à maturidade. Como seria bom que em todas as comunidades e paróquias houvesse ao menos uma vocação!”, disse.

Rezar pelos doentes, cuidadores e cientistas – Nesta romaria que acontece em meio à pandemia, queremos colocar o povo nas mãos de Nossa Senhora Aparecida, em especial os doentes e seus cuidadores. Que os doentes sejam assistidos e possam recuperar a saúde, e que os cuidadores possam ter sua saúde preservada. Pedimos, também, para que os cientistas encontrem, o quanto antes, uma vacina e medicação eficaz contra essa doença, que tem causado tanto sofrimento”, destacou o cardeal.

“Que Nossa Senhora interceda por todos e consiga que mantenhamos a saúde, que doentes sejam curados e que consigamos superar a pandemia e mantenhamos firme o espirito de solidariedade para com doentes, pobres, desempregados”.

Ao final da celebração, Dom Odilo ainda manifestou sua preocupação com a falta de leitos e de hospitais, destacando que o cuidado está nas mãos de todos“Cuidemo-nos, preservemos nossa saúde o melhor que pudermos”.

Rezando a oração sugerida pelo Papa Francisco, o Cardeal reforçou seu pedido de oração pelo fim da pandemia em todo o mundo.

ORAÇÃO A MARIA (II)

«À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus».

Na dramática situação atual, carregada de sofrimentos e angústias que oprimem o mundo inteiro, recorremos a Vós, Mãe de Deus e nossa Mãe, refugiando-nos sob a vossa proteção.

Ó Virgem Maria, volvei para nós os vossos olhos misericordiosos nesta pandemia do coronavírus e confortai a quantos se sentem perdidos e choram pelos seus familiares mortos e, por vezes, sepultados duma maneira que fere a alma. Sustentai aqueles que estão angustiados por pessoas enfermas de quem não se podem aproximar, para impedir o contágio. Infundi confiança em quem vive ansioso com o futuro incerto e as consequências sobre a economia e o trabalho.

Mãe de Deus e nossa Mãe, alcançai-nos de Deus, Pai de misericórdia, que esta dura prova termine e volte um horizonte de esperança e paz. Como em Caná, intervinde junto do vosso Divino Filho, pedindo-Lhe que conforte as famílias dos doentes e das vítimas e abra o seu coração à confiança.

Protegei os médicos, os enfermeiros, os agentes de saúde, os voluntários que, neste período de emergência, estão na vanguarda arriscando a própria vida para salvar outras vidas. Acompanhai a sua fadiga heroica e dai-lhes força, bondade e saúde.

Permanecei junto daqueles que assistem noite e dia os doentes, e dos sacerdotes que procuram ajudar e apoiar a todos, com solicitude pastoral e dedicação evangélica.

Virgem Santa, iluminai as mentes dos homens e mulheres de ciência, a fim de encontrarem as soluções justas para vencer este vírus.

Assisti os Responsáveis das nações, para que atuem com sabedoria, solicitude e generosidade, socorrendo aqueles que não têm o necessário para viver, programando soluções sociais e econômicas com clarividência e espírito de solidariedade.

Maria Santíssima tocai as consciências para que as somas enormes usadas para aumentar e aperfeiçoar os armamentos sejam, antes, destinadas a promover estudos adequados para prevenir catástrofes do gênero no futuro.

Mãe amadíssima, fazei crescer no mundo o sentido de pertença a uma única grande família, na certeza do vínculo que une a todos, para acudirmos, com espírito fraterno e solidário, a tanta pobreza e inúmeras situações de miséria. Encorajai a firmeza na fé, a perseverança no serviço, a constância na oração.

Ó Maria, Consoladora dos aflitos, abraçai todos os vossos filhos atribulados e alcançai-nos a graça que Deus intervenha com a sua mão omnipotente para nos libertar desta terrível epidemia, de modo que a vida possa retomar com serenidade o seu curso normal.

Confiamo-nos a Vós, que resplandeceis sobre o nosso caminho como sinal de salvação e de esperança, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria. Amém.

Por fim, em unidade com a Arquidiocese de São Paulo, os sinos das duas basílicas tocaram, homenageando aos fiéis.

Confira a íntegra da celebração no vídeo abaixo: