HOTEL
SANTO GRAAL
Aparecida | SP

‘A História do Natal’

o Missionário Redentorista, padre Luiz Carlos de Oliveira, nos ajuda a entender um pouco mais sobre a história da liturgia do tempo do Natal.
Padre Luiz Carlos explica que temos três tempos: Páscoa, Natal e Tempo Comum.
“O Mistério Pascal de Cristo é único e sempre o mesmo em cada celebração. Mistério não é algo incompreensível. Buscamos conhecer mais, para viver melhor. Dizemos que é uma festa para Jesus, pois Ele é o centro. O domingo, dia da Ressurreição de Jesus, é a primeira celebração a se fixar. É o dia do Senhor. Era a Páscoa semanal. A seguir vem a celebração do Domingo da Páscoa. Não vamos tratar da festa da Páscoa agora. Consideraremos o tempo da Manifestação do Senhor, com o Advento e o Natal. Não é a ordem correta, mas é pastoral para momento. Deve-se partir da Páscoa, pois ela dá origem a todas as outras. Depois de estruturada a Páscoa, as comunidades começaram a organizar a festa do Natal”, afirmou.
Segundo o sacerdote, o nome correto é Manifestação do Senhor que une o tempo Advento, Natal, Epifania e Batismo do Senhor.
“Esta festa está intimamente ligada à Páscoa, pois é o mistério da salvação em seu aspecto de sua Vinda ao mundo. Ele vem consagrar o mundo pela Encarnação”, acrescentou.

Festas natalinas – Já no século III temos sinais da celebração do Natal, mas a criação das festas natalinas se dá no século IV. São quase 400 anos para se chegar a compreender a necessidade destas festas natalinas.
“Por que a criam? Os cristãos começam a se perguntar: ‘Como e de onde veio o Cristo que ressuscitou? Como não era conhecida a data do nascimento de Cristo, fez-se o cálculo do tempo e escolheu-se uma festa pagã para colocar a festa cristã no lugar. É a primeira hipótese”, explicou padre Luiz Carlos.
O Missionário Redentorista ainda acrescentou que era uma prática comum colocar no lugar de uma festa pagã, uma festa cristã. Assim os cristãos não se envolviam com lembranças pagãs.
A segunda hipótese é a escolha da festa do nascimento do deus Sol Vencedor (dies natalis solis invicti), dia 25 de dezembro, e neste dia celebrar o nascimento do verdadeiro Sol da Justiça (Sol iustitiae), no solstício de inverno, quando o tempo de sol do dia vence a noite. O dia passa a ser mais longo (25.12).
Os textos da liturgia, compostos por S. Leão Magno, estão cheios de luz. No Oriente, a festa é celebrada dia 6 de janeiro, com o nome de Epifania, isto é dizer Manifestação.
O padre explica que por isso temos uma dupla festa da Manifestação. No Ocidente, dias 25 de dezembro, a manifestação aos Pastores. No Oriente, dia 6 de Janeiro, a manifestação aos Magos. Há mais uma teoria: Celebramos dia 25 de março a Anunciação do Senhor. É o dia da Encarnação.
“Por isso o Natal se celebra dia 25. A data da Encarnação coincidiria com a Paixão, que se calculava que fosse dia 25 de março. É uma hipótese a mais. Indica a íntima união do Mistério Pascal de Cristo”, afirmou.

Advento, uma espera – Por comparação com a festa da Páscoa, que tem uma Quaresma, começou-se a celebrar um tipo de Quaresma para o Natal. A esta chamamos de Advento.
Padre Luiz Carlos explica que pelo século IV na França (Gália) e na Espanha se apresenta um período de preparação ascética para a festa do Natal.
Em Roma, temos indicações do Advento pelos anos de 550. Faziam-se jejuns em preparação para a festa. Assim vai se estruturando. Na renovação da liturgia passou-se a lembrar a segunda de Cristo.
“Para o momento, é preciso não perder o caráter de preparação espiritual para o Natal. Sem essa preparação o Natal passa como uma festa de calendário. É muito bom que os cristãos não se deixem levar pelo Papai Noel”, reforçou padre Luiz Carlos.

 

Fonte: a12.com