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Aparecida | SP

Cardeais iniciam reuniões em vista da convocação do Conclave

Os membros do Colégio Cardinalício, formado pelos cardeais da Igreja Católica, começaram nesta segunda-feira (4) às 5h30 (horário de Brasília) as reuniões, chamadas de congregações gerais, em vista da convocação do Conclave.

Os encontros dos cardeais nas congregações gerais acontecem na Sala Nova do Sínodo. O cardeal Decano, Angelo Sodano, preside o Colégio dos cardeais.

A tarde, uma segunda congregação acontece por volta das 13h (horário de Brasília, às 17h de Roma).

Os cardeais eleitores são 117, mas dois, já anunciaram que não irão participar do Conclave, um deles o arcebispo emérito de Jakarta, na Indonésia, dom Julius Darmaatmadja, e o arcebispo emérito de Edimburgo, na Escócia, dom Keith Michael O’Brien.

Entre as decisões que os cardeais devem resolver, está a data de início do Conclave. Além desse encaminhamento, outros temas da Igreja também ocupam o purpurado.

O momento é visto como uma oportunidade para os Cardeais se conhecerem.

Para entender o que significam as Congregações Gerais de Cardeais, o cardeal brasileiro, dom Odilo Pedro Scherer, em entrevista à Rádio Vaticano comentou o que representam essas ‘reuniões de cardeais.

“Vamos explicar o termo ‘congregações’, que ajudará a entender o resto: As congregações são reuniões (congregar, reunir) dos Cardeais antes que seja iniciado o Conclave. Os cardeais começarão a se reunir para conversar, para colocar em comum, para começar justamente a fazer uma grande tomada de consciência da situação da Igreja, das realidades que estão diante de nós, do que a Igreja precisa enfrentar, e naturalmente, no meio de todas estas considerações, vai se esculpindo também o perfil daquele que deve assumir o papel de sucessor de Pedro”.

Dom Odilo explica que as reuniões ajudam os cardeais a traçar o ‘perfil’ do novo Papa.

“Dizer que antes do Conclave já se tem os candidatos prontinhos também faz parte da fantasia, que compreendemos tão bem, mas não é a realidade do que realmente significa, de agora para frente, o trabalho do Colégio Cardinalício. Os cardeais vão se reunir, refletir, com muita transparência e fraternidade, e senso de responsabilidade pela Igreja como um todo, farão exatamente isso: refletirão sobre o que a Igreja precisa fazer daqui por diante, como, quais são os destaques, os pontos mais salientes da missão daquele que será o Papa, e claro, neste conjunto de reflexões, vai se fazendo o perfil do novo Papa. Depois os cardeais que irão ao conclave votarão”.

O arcebispo destaca a oração como ocasião para o discernimento dos cardeais, diante da difícil tarefa de eleger um novo Pontífice.

“Não serão só reflexões, haverá também orações. Nós rezaremos, a invocação do Espírito Santo é constante. Enfim, este é o grande momento do discernimento para depois chegar à tomada de decisões”.

Todos os cardeais participam das congregações, inclusive os que têm mais de 80 anos.

Atualmente, o Colégio Cardinalício é formado por 208 cardeais, sendo que 91 possuem mais de 80 anos.