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Aparecida | SP

Igreja Católica celebra memória litúrgica do Santo Sudário

Santo Sudário está localizado na Arquidiocese de Turim, na Itálita/ Foto: Alessandro Garofalo – Reuters

Celebra-se, nesta segunda-feira, 4, a memória litúrgica do Santo Sudário. Um dia especial para todos os cristãos do mundo. O arcebispo de Turim, Dom Cesare Nosiglia, guardião pontifício do ‘linho sagrado’, celebrou a missa, às 12h (horário de brasília), na capela do arcebispado, sem a presença dos fiéis.

A sindonologista de fama internacional, Emanuela Marinelli, usa uma expressão eficaz para lembrar como o Sudário pode ajudar nos momentos mais sombrios e tristes da história da humanidade: “É verdade que devemos ter fé sem ter sinais, mas também é verdade que possuímos a fragilidade de São Tomé: cada um de nós gostaria de colocar o dedo naquelas chagas. O Senhor veio ao nosso encontro, deixando-nos um objeto muito precioso que mostra sua imagem, mostra seu sangue e nos aproxima do evento que mudou a história: a redenção”. Confira a entrevista:

Professora, a festa de hoje tem origens antigas…

Marinelli: Foi instituída pelo Papa Júlio II em 1506. A data de 4 de maio foi escolhida, porque, no dia anterior, 3 de maio, se celebrava a descoberta da cruz sagrada por parte de Santa Helena, mãe do imperador Constantino. Com essa decisão, Júlio II quis evidenciar o fato de que depois da Cruz veio o Sudário. Conceito retomado em 1600 pelo bispo Agassino Solaro de Moretta e mais tarde, em 1700, pelo beato Sebastiano Valfrè que argumentava: a cruz recebeu Jesus vivo e o restituiu morto; o Sudário recebeu Jesus morto e o restituiu vivo. Portanto, a cruz é a escuridão e o Sudário é a luz.

A pandemia impõe uma realização incomum da comemoração em relação ao passado?

Marinelli: Sim. Antes do vírus, fazia-se uma celebração na Catedral de Turim, onde o Sudário é conservado, enquanto em Roma, uma celebração semelhante se realizava na Basílica de Santa Cruz em Jerusalém, onde se encontram as relíquias da santa cruz trazida por Santa Helena e uma cópia em tamanho natural do Sudário, além do crucifixo do Sudário do mons. Giulio Ricci. Este ano, como o vírus impossibilita fazer isso, foi decidido recorrer à tecnologia, à internet. A missa celebrada pelo arcebispo de Turim será transmitida não apenas na TV, mas também no Facebook, Youtube e no site oficial www.sindone.org.

A festa não inclui apenas a celebração eucarística…

Marinelli: Exatamente. A partir dos 15h, sempre nas mesmas redes sociais, haverá o evento “Vozes do Sudário”. Grandes estudiosos do Sudário e sacerdotes da Diocese de Turim se confrontam e se alternam na leitura de passagens sagradas até as 17h, horário da missa. É um dia muito intenso que nos faz sentir unidos a Cristo e que conecta o mundo inteiro, como aconteceu no Sábado Santo, quando a oração de dom Nosiglia diante do Santo Sudário foi seguida por mais de um bilhão de pessoas.